quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

ADORAÇÃO E INTIMIDADE


Adoração 
Intimidade com Deus 

A melhor coisa que o ser humano pode experimentar, é quando ele faz o que dá o maior prazer à Deus.
Quem é o adorador mais devoto de Deus ? Quem tem o maior prazer em exaltar o Todo-Poderoso ? Deus mesmo.

Esta ideia nasceu em mim, recentemente, quando lí o livro "Unity of the Bible" de Daniel Fuller. Eu não havia notado esta ideia na Bíblia. 

Deus, de fato, louva a sí mesmo. Em defesa da justiça de um inferno eterno, o Dr. Fuller declara: "A justiça de Deus consiste em sua plenitude de seu louvor, ou glória. Assim como é com Deus, também com as pessoas: [ alguem serve o que ele adora, comentário meu, JW], portanto, cada ação servirá de base, a longo prazo, para sustentar esta glória de sua deidade" (Pagina 188).

O que o Dr. Fuller escreveu, mexeu comigo, e me trouxe um novo entendimento sobre a importancia do louvor. Eu sempre tive o conhecimento da importancia do louvor. Eu tinha a compreensão que o desejo de Deus sempre foi que as pessoas o adorassem. 

Passagens bíblicas como Exodo 34:14 ("porque não adorarás outro Deus: pois o nome do Senhor é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele) deixa claro o que Deus quer. Mas eu sempre ví este texto, do ponto de vista de guerra espiritual. 

Satanas quis o louvor que pertencia a Deus, e ele sempre desviou a atenção das pessoas para os vários substitutos que ele oferece para a humanidade. Sejam falsas religiões, filosofias, ou riqueza material, o efeito é sempre o mesmo: o homem está adorando outra coisa além de Deus.

Mas nunca me ocorreu que Deus ama tanto o que ele é – fidelidade, justiça, etc. – que ele louva a sí mesmo. Alem do mais, Deus quer que estes atributos sejam de grande valor para seu povo, de tal maneira que eles possam louvar a Deus, também, pelo que ele é.

De fato, no Salmo 18:1 nós lemos: "Eu te amo, ó Senhor, força minha". Louvor também é uma expressão de contemplação, submissão e respeito à Deus.
Vinde cantemos ao Senhor, com júbilo; celebremos o Rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graça, vitoriemo-lo com salmos. (Salmos 95:1-2)

Cantai ao Senhor um cantico novo, cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. (Salmos 96:1-3)

O desejo do nosso coração, deve ser o de louvar a Deus. Pois foi com este propósito que Deus nos fez. Se não louvarmos a Deus, certamente, adoraremos alguem ou outras coisas.

Mas como devemos louvar a Deus ? O Velho Testamento descreve várias maneiras:
Adoração:
Louvando a Deus simplesmente pelo que ele é – Senhor do universo.
Ações de graças:
Dando graças a Deus pelo que ele tem feito, especialmente pela sua obra de criação e salvação.

Confissão:

O reconhecimento do pecado e culpa, e a subsequente confissão dos mesmos a um Deus santo e justo.

Louvor envolve não somente nossos pensamentos e nosso intelecto, mas nosso corpo. Em toda a Bíblia nós vemos diversas formas de louvor, como expressão, através de orações, canções, tocando instrumentos musicais, danças, se ajoelhando, se curvando, levantando as mãos e assim por diante.
Em João 4:23-24, nós temos texto chave para entender louvor, quando Jesus disse: "Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade".

Jesus estava dizendo que o louvor tem que corresponder com a natureza de Deus, que é espírito, e que precisa se basear na verdade, que é encontrada em Cristo. No Novo Testamento, nós encontramos vários elementos importantes sobre o louvor, que não vemos no Velho Testamento. Primeiro e mais importante, é que adoramos o Pai, através do Filho, Jesus Cristo. Nosso louvor é centralizado em Cristo. Nossas canções são centralizadas em Cristo: sobre ele e para ele. Segundo, Jesus nos instruiu para lembra-lo e louva-lo através da Santa Ceia. Terceiro, o Espírito Santo é que dirige nosso louvor (I Co 14), falando conosco através de profecias, linguas e interpretação (Veja Atos 13 e 14).

Etapas no coração

Além de entendermos porque e como louvar a Deus, também ajuda entendermos o que acontece quando louvamos a Deus. Na Vineyard, nós vemos cinco etapas básicas de louvor, fases estas, que os líderes tentam conduzir a congregação. Compreendendo que estas etapas contribui muito com nossa experiencia com Deus. Na medida em que passamos por cada etapa, nossa direção é uma só: adquirir intimidade com Deus. Eu defino intimidade como o ato de revelarmos nossa a profundidade da natureza para alguem (neste caso, para Deus), e este ato é marcado pela presença, contato e proximidade. (Explicarei estas etapas e como elas se aplicam no louvor 

corporativo/congregacional bem como suas aplicações no louvor privado).
Chamada à adoração

A primeira etapa é a chamada à adoração, cuja mensagem é dirigida ao povo de Deus ou a Deus. É um convite. Isto acontece com canções cujo tema sejam o convite para chegar na presença de Deus, ou canções de júbilo e proclamação.
O objetivo nesta chamada esta na ação: "Vamos agora, vamos adora-lo". A seleção de musicas nesta fase é muito importante, pois estabelece o tom para a união e direcionamento do louvor da congregação, para Deus.

Devemos fazer isto no começo de uma conferencia, quando tem muita gente nova, e quase ninguem conhece as músicas ? ou devemos deixar pro final, quando todos estão acostumados ? Se for um dia de Domingo, e for tempo do louvor, será que a igreja praticou as obras do Senhor durante toda a semana ? ou será que a igreja "terminou" junto o culto passado ? Se a igreja estiver indo bem, o louvor de Domingo, deve ser sua expressão máxima. A chamada para o louvor deve conter todas estas ideias. Tomara que cada membro da congregação esteja consciente desses fatores, e que esteja orando para que o tom apropriado possa ser estabelecido durante a chamada para a adoração.
Engajamento

A segunda etapa é o engajamento, a maravilhosa dinamica de conectar-se com Deus e uns com os outros. Expressões de amor, adoração, louvor, júbilo, intercessão e petição – todas as dinamicas de oração que estão interligadas com o louvor – brotam do coração neste momento. Nesta etapa de engajamento, nós louvamos a Deus pelo que ele é através da música, bem como através da oração.

Durante o periodo de louvor, lágrimas fluirão na medida em que confrontamos nossa disarmonia em relação a harmonia de Deus; nossas limitações em relação as infinitas possibilidades de Deus.

É claro que como individuos, podemos ter estes momentos à sós. Mas quando a igreja se ajunta, Deus multiplica e magnifica sua presença manifesta.
Expressando o amor de Deus

Na medida em que movemos mais e mais nesta fase de engajamento, nos movemos numa linguagem de amor e intimidade. A presença de Deus nos estimula nossos corações e nossas mentes, tendo como resultado, a expressão natural, através do louvor, de nossa gratidão pelo que ele é e pelo que ele tem feito, e como ele tem feito, como ele tem movido através da historia bem como pelos seus atributos e seu caráter. O júbilo acontece quando no nosso coração desejamos exaltar a Deus. 

O coração e o centro da adoração é estarmos em união com o Criador e com a igreja universal e histórica, que é seu corpo. Lembre-se que louvor nunca para. E é um ato contínuo nos céus, e quando louvamos, nos ajuntamos com o que já está acontecendo: a comunhão dos santos. Louvor "é a coisa pra se fazer" nos céus. É isto que vamos fazer quando chegarmos lá, portanto é bom começarmos agora.

Sempre, esta intimidade nos leva a meditar, mesmo durante o louvor, sobre nosso relacionamento com o Senhor. As vezes lembramos de votos e alianças que fizemos com Deus. Deus pode trazer à tona, disarmonias ou fracassos em nossas vidas, logo, envolvendo confissão de pecados. Lágrimas começarão a rolar na medida em que contrastamos nossa desarmonia com a harmonia de Deus, nossas limitações com suas infinitas e ilimitadas possibilidades.
Expressão

Esta fase, na qual fomos despertados à sua presença, chamamos de expressão.Expressões físicas e emocionais durante o louvor, podem resultar em danças e movimentos corporais. Esta é uma resposta apropriada da igreja para com Deus, se ela estiver no topo da onda. Mas tentar estimular a dança artificialmente não é apropriado. O verdadeiro ponto focal do júbilo está no Senhor, e não na dança em si mesma.

Tenho em visto em várias congregações, quando as pessoas tentam criar um clima de júbilo, sem as obras do Senhor, especialmente sem as obras de salvação e restauração. 

Inevitalvelmente fica aquem do verdadeiro jubilo, pois as obras de Deus levam a um verdadeiro júbilo. No primeiro, a expressão de louvor é fabricada enquanto a outra é genuina. Se não exaltarmos à Deus com nossas vidas, júbilo se torna um falso exercicio durante o louvor corporativo.

Esta expressão então, atinge um ponto climático bem elevado, algo como um ato de amor (Salomão usa a mesma analogia em Cantares). Nos expressamos o que está em nossos corações, mentes e corpo, e agora esperamos para Deus responder. Paramos de falar, e esperamos que ele mova, que ele fale. Eu chamo isto da quarta fase, visitação: quando Deus todo-poderoso visita seu povo.
Visitação

Esta visitação é um sub-produto do louvor. Nós não o louvamos para ganhar sua presença. Ele é digno de louvor ainda que nos visite ou não. Mas Deus "habita no meio dos louvores de seu povo". Portanto sempre devemos vir preparados para encontrar a Deus, quando o louvamos.

A igreja precisa acordar para o fato de que o Deus do universo nos visitará se o louvarmos em espírito e em verdade. Muitas vezes quando os cristãos se reunem, eles não estão esperando Deus fazer muito. Mas Deus é como o noivo, na porta, a espera da noiva. Muitas vezes, como a noiva, nós esquecemos a razão porque estamos alí, pois estamos espalhados em nossas preocupações e cuidados.

Nós devemos esperar que o Espírito de Deus trabalhe no nosso meio. Ele move através de diferente maneiras – as vezes através de salvação, as vezes trazendo libertação, santificação ou cura. Deus também visita seu povo através dos dons proféticos. Sempre, o profeta genuino é muito tímido para falar. O Senhor necessita nos aprofundar nos dons de profecia. Ele também nos visita através da leitura inspirada das Escrituras, que traz consigo, uma compreensão profética para aquele momento específico. Exortação, que é uma palavra de encorajamento, pode vir desta maneira. Nós precisamos aprender a esperar no Senhor, e permitir que Ele fale.

Generosidade

A quinta fase do louvor é o dar com substancia. A igreja conhece tão pouco sobre dar, e mesmo assim, somos encorajados pela Bíblia, a darmos para Deus. Quão patético ver pessoas que estão se preparando para o ministério, que não sabem nada sobre como dar. Será que um atleta, entraria numa corrida, sem saber como correr ? Se ainda não aprendemos sobre como dar dinheiro, ainda não aprendemos nada sobre o que é vida cristã. Ministério é uma vida de dar. Nós damos toda nossa vida; Deus deveria ter propriedade de tudo que é nosso. Lembre-se que quando damos tudo a Deus, não só permitimos que ele esteja em controle de nossos bens, para multiplicar e abençoar a outros, como também para sermos participantes em seus empreendimentos.

Normalmente o chamado de Deus para mim poder dar, vem quando não estou preparado, ou quando não tenho o que ele, a princípio, está pedindo. Seja dinheiro, amor, hospitalidade, ou informação. Mas também, sempre que Deus quer dar através de nós, primeiro, ele tem que dar a nós. Nós somos os primeiros a participarem das colheitas Mas não somos convidados a comer as sementes que ceifamos, e sim, plantá-la e distribui-la para outros.

A premissa é que independente do que somos, sempre seremos multiplicados, seja para o bem ou para o mal. O que tivermos em nossos troncos, determinará que tipo de fruta teremos. Portanto, a dádiva com substancia em louvor, é um reflexo da chamada, do engajamento, da expressão, da resposta e a visitação de Deus, e a consequente resposta do povo, de volta à Deus.

Na medida em que experimentamos estas fases durante o louvor, experimentamos antes de mais nada, intimidade com Deus, que é o que existe de mais sublime que tanto o homem ou a mulher possa conhecer ou experimentar. John Piper escreve que "Deus é muito mais gloricado em nós, quando estamos satisfeitos nele… Nós teremos satisfação nele, quando soubermos porque Deus tem prazer nele mesmo" 

Conclusão

Louvor envolve tudo na vida Cristã (Rom 12:1). Não está limitado a exercícios de espiritualidade ou de meditações, ou à cultos formais de louvor, oração, etc. Nós, que acreditamos no Senhor, fomos chamados para louvar através de cada expressão da nossa vida, vivendo cada momento, sabendo que estamos vivendo na presença e diante de nosso Deus. Nós devemos fazer tudo com um reconhecimento vital de que estamos adorando Deus !



John Wimber

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