quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A UNÇÃO

A Unção Fará a Diferença no Seu Ministério!


A Bíblia é considerada por algumas pessoas um livro complexo, indecifrável, enigmático. Isso porque ela usa muito a linguagem figurada e também fala por elementos e símbolos. Um desses símbolos é o óleo. Quando a Bíblia se refere a Israel normalmente o compara com o óleo. O motivo é que assim como o óleo misturado na água nunca afunda, os israelitas (óleo) misturados com a água (os demais povos) nunca ficarão por baixo.

Você já viu algum judeu pedindo esmolas? Já ficou sabendo de algum judeu, em qualquer parte do mundo, em situação financeira ruim? Não, porque a promessa de Deus é que eles seriam poderosamente abençoados.

Quando falamos em óleo logo lembramos da unção. Ungir é o ato do derramamento do óleo sobre a cabeça de alguém. No Antigo Testamento, a unção era feita por um profeta (no caso de Samuel) ou pelo sacerdote. Quando se ungia, derramava-se o óleo de dentro de um vaso sobre a cabeça de outra pessoa.

A unção era ordenada por Deus e o profeta ou o sacerdote deveriam ungir a quem Deus apontava. Quando Deus mandou Samuel ungir um dos filhos de Jessé a rei, o profeta foi até a casa onde os moços estavam e quis ungir o primeiro que apareceu. Deus impediu que Samuel ungisse a pessoa errada e quando Daví apareceu Deus se mostrou de acordo.

Trocando em miúdos, a unção determina o chamado de Deus. No Antigo Testamento quem fosse chamado por Deus para a obra era ungido com o óleo, normalmente óleo de oliva.

No Novo Testamento, as características da unção são diferentes. Primeiramente é preciso que Deus realize a chamada para o ministério. Essa chamada pode acontecer de diversas maneiras, por meio de uma oportunidade, de uma profecia, dos testemunhos das pessoas de nosso convívio etc.

Em geral, o ministério consagra obreiros por meio da unção. Os pastores oram com imposição de mãos sobre o novo obreiro e ungem sua testa com óleo. Essa é a confirmação daquilo que Deus já fez.

Certa vez, toquei na igreja dirigida pelo pastor Átila Brandão, em Salvador, Bahia. Antes de apresentar-me para que tocasse, o pastor sentiu-se dirigido pelo Senhor a me ungir diante de toda a igreja. Aquele ato simbólico expressou o que o Espírito Santo já havia feito em meu ministério.

Naquela noite, o Senhor deu mais uma grande confirmação de que havia me chamado para o ministério do louvor. Várias pessoas foram curadas de depressão, problemas emocionais e doenças físicas e testemunharam que o louvor havia sido o instrumento usado por Deus para tocá-las.

Quando somos chamados por Deus, o próprio Espírito Santo se encarrega de realizar em nós a maior unção que alguém pode receber, a unção do Espírito.

Há muitos cristãos que não acreditam que foram ungidos por Deus.

Ora, se você recebeu a Cristo como seu Salvador, certamente recebeu o Espírito. E onde o Espírito está, aí está a unção de Deus para que você possa permanecer diante de Deus. A unção é que nos enche, dá-nos o prazer de sentir a presença de Deus em nós. Leia o que o apóstolo Paulo escreveu: "Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus", (2Co 1.21, grifo meu).

Paulo está afirmando que Deus já nos ungiu. Mas, como dizia, a unção é que determina a função que iremos desempenhar no ministério. Davi foi ungido por Samuel para ser rei (1Sm 16). Jesus foi ungido para ser rei, sacerdote e profeta: "O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu..." (Is 61.1).

O ministério de Davi foi tão próspero assim, porque ele teve a unção ordenada pelo Senhor. Ele recebeu a unção e trabalhou para que o seu talento fosse usado por Deus. Davi também nos revela algo importante sobre a unção. Davi não acabou com a vida de Saul, porque esse era ungido. Isso quer dizer que a unção transmite autoridade para quem a recebe.

Quando você é chamado por Deus para exercer, por exemplo, o ministério do louvor, você é ungido por ele e recebe poder e autoridade para realizar bem as suas funções. Com isso, a sua presença na igreja irá manifestar o aroma agradável dessa unção, e as pessoas receberão de coração aberto a ministração feita por você.

Ao contrário, quando alguém pensa que foi chamado por Deus para o ministério, mas isso não aconteceu, mesmo que seja uma pessoa talentosa, seu louvor parecerá artificial. É o que acontece com alguns músicos que se convertem a Cristo. É preciso aguardar o chamado de Deus e encher-se da unção do Espírito Santo.

Muitos músicos e cantores que se convertem pensam que basta usar o dom natural que tem e gravar um CD. Normalmente o que acontece é um fiasco, o CD ‚encalha, a pessoa desanima, fica decepcionada, e até mesmo se afasta. Porém, quem já recebeu a unção dificilmente terá esses tipos de problemas.

Outro detalhe importante é a autoridade espiritual sobre as potestades do mau. Raramente um músico secular irá receber convites para tocar em uma igreja. Diria até que isso é impossível acontecer. Porém, o contrário não. Um músico cristão poderá ser chamado para tocar em um evento secular.

Eu mesmo tive uma experiência maravilhosa nesse sentido. No meu livro "Verdadeiros Adoradores" eu falo um pouco sobre esta experiência. Especificamente neste artigo vou procurar me deter em uma outra experiência que marcou muito a minha vida.

No ano de 1999 fui convidado para participar de um evento no auditório do Instituto da Criança, no Hospital das Clínicas em São Paulo. Tinha ali um público bastante diferenciado. Eram internos, todos crianças, pais e funcionários do próprio hospital.

Toquei cerca de dez louvores no período de uma hora, e não percebi a reação do público, pois tenho o hábito de tocar de olhos fechados, concentrado e em oração.

No final, algumas pessoas vieram me parabenizar, mas logo fui embora. Enquanto ia para o estacionamento, senti muita paz com Deus e uma sensação de "dever cumprido"; foi muito gratificante.

Três dias depois, iria tocar em uma igreja e, para minha surpresa, quando cheguei a essa igreja, uma pessoa veio ao meu encontro.

Era uma irmã, enfermeira do Instituto da Criança, que havia estado no auditório quando me apresentei. Aquela enfermeira me procurou para testemunhar o que ouviu depois da apresentação que fiz. Algumas delas, faço questão de escrever para que o leitor também possa sentir a força do louvor com unção:

"Quando o moço estava tocando vi uma luz bem forte em volta dele, e uma chuva de luzes brancas por cima dele" (criança de 10 anos).

"Meu filho estava com uma febre misteriosa há dias, e os médicos não conseguiam controlá-la. Após o concerto a febre de meu filho baixou e os médicos ficaram impressionados com a recuperação instantânea e também misteriosa. Agora, após oito meses, posso voltar para o Acre com meu filho são" (mãe de uma das crianças).

"Pôxa vida, ele é diferente dos artistas que conheço. Senti muita paz durante todo o restante do dia!" (enfermeira não evangélica).

"Deus falou ao meu coração por meio daquelas músicas instrumentais, e no momento em que ele tocava percebi que a paz que procurava para a minha alma era descansar no Senhor. Só nele encontrarei a paz e descanso para as minhas ansiedades". (mãe de uma criança internada).

"Fui muito tocada com aquele louvor. Quero chorar, mas não de tristeza, e sim de paz". (mãe de uma das crianças).

"Após um ano que minha filha está em tratamento, faltava isso: paz com Deus". (mãe de uma das crianças).

O grande diferencial que devemos buscar para a nossa vida de louvor e adoração é ter em nossa vida a unção que o Espírito Santo traz. Não haverá nenhuma diferença entre um músico do mundo e um músico cristão se a unção não estiver sobre a sua vida.

Você pode ter muita força de vontade, suas intenções podem ser as melhores; você pode ter uma excelente voz ou tocar extremamente bem um determinado instrumento, mas se a unção que confirma o seu ministério não estiver presente em sua vida, esqueça tudo o que já aconteceu e comece a busca-la imediatamente.

É ela, a UNÇÃO, quem fará a grande diferença em sua vida ministerial.

André Paganelli  

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