JEJUM
INTRODUÇÃO: Atendendo a pedidos de algumas pessoas, trago este
estudo para orientação exclusiva da nossa igreja. Há certas coisas que
praticamos só porque outros estão praticando, sem termos uma noção do ensino
bíblico sobre o assunto. Vamos examinar o que as Escrituras Sagradas ensinam
sobre o jejum.
I. O JEJUM NO VELHO TESTAMENTO
Encontramos várias modalidades de jejuns no V.T.:
A. Jejum involuntário: São os ocasionados por circunstâncias
especiais:
1. Moisés, quando esteve 40 dias no Monte Sinai: Ex. 34.28; Deut. 9.9.
O que estava acontecendo, não dava para pensar em comida.
2. Elias, quando caminhava para Horebe: 1 Reis 19.8.
3. Jesus, no deserto da tentação: Mat. 4.2; Marc. 1.13; Luc. 4.2.
4. Paulo: 2 Cor. 6.5.
B. Jejum voluntário, por motivos religiosos:
1. No Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia), não aparece a
palavra "jejum", senão indiretamente nos textos de Lev.16.29 e Num.
29.7: "afligireis as vossas almas".
2. A palavra aparece pela primeira vez em 2 Samuel 12.16-22, quando
Davi recusa alimento, buscando a cura do filho. O problema foi gerado pelo
pecado de Davi.
3. Nos últimos escritos do Velho Testamento é que vamos encontrar o
assunto com mais freqüência: Esd.8.21; Neem. 9.1; Ester 4.3; Salmo 35.13;
69.10;109.24; Dan. 6.18; 9.3.
C. Jejum por motivos especiais:
1. Durante calamidades públicas: Jer. 36.9 (36.1-32)
2. Para humilhar a alma: Salmo 35.13; 69.10
3. Para humilhação: Esd. 8.21
4. Para tristeza: 1 Sam. 31.13
5. Para atrair a misericórdia Divina: Is. 58.3,4.
6. Para manifestar a Deus o peso de culpas por pecados cometidos pelo
povo: 1 Sam. 7.6; 1 Reis 21.9,12.
7. Programações nacionais de jejuns: Zac. 8.19 e sgts., 2 Reis 25.1;
Jer. 52.6,7; 2 Reis 25.8,9,25.
II. O JEJUM NO NOVO TESTAMENTO
A. Menciona que Ana servia a Deus com jejuns e orações: Luc. 2.37.
B. Os fariseus jejuavam duas vezes por semana: Luc. 18.12.
C. Os discípulos de Jesus não jejuavam enquanto estavam com Ele: at.
9.14,15; Marc. 2.18,19; Luc. 5.33-35.
D. Jesus menciona a necessidade do jejum para expelir demônios: Mat.
17.21,22.
E. Depois da ressurreição de Cristo, aparecem as seguintes menções de
Jejum: Atos 13.3; 14.23; 27.9; 2 Cor. 6.5; 11.27.
III. APLICAÇÃO DA DOUTRINA DO VELHO TESTAMENTO AO NOVO
A. As finalidades e motivos do jejum do Velho Testamento não servem
para o crente do Novo Testamento, uma vez que isso seria "obra da
carne". Todo sacrifício já foi feito por Cristo.
B. Não é pela "aflição da alma" que nos aproximamos de Deus,
mas pelo "novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu"
(Heb.10.19-10).
C. Não é pela autopunição, porque Cristo já levou os nossos pecados.
D. A experiência de Paulo mencionada em 2 Cor. 6.5, não é clara.
Parece mais um jejum por falta de alimento.
E. Todas as vezes que aparece o assunto no Novo Testamento, está
ligado à oração - oração e jejum - oportunidade para orar sem se preocupar com
alimentação. Portanto, o jejum simples, sem oração, não tem valor.
F. Todos os casos do Novo Testamento estão ligados a uma situação
especial e não representam uma prática normal da vida cristã. E esses casos
especiais, são:
1. Para expulsar demônios (Mat. 17.21,22);
2. Para enviar missionários (Atos 13.2-3).
Nota: É curioso que, na eleição de diáconos, os apóstolos se
dedicariam ao ministério da oração e da Palavra. Não se menciona o ministério
do jejum (Atos 6.4).
G. Nas recomendações aos cristãos gentios, não aparece a menção do
jejum (Atos 15.28,29).
CONCLUSÕES:
Resta-nos, finalmente, relacionar algumas vantagens e desvantagens do
jejum:
A. Vantagens:
1. Deixa a mente mais à vontade para concentração;
2. Dá mais disposição mental para a oração;
3. Facilita mais o sentimento;
4. Estômago vazio, até para pregar é melhor.
B. Desvantagens:
1. Dependendo da estrutura emocional da pessoa, pode ocasionar
vertigens e outros fenômenos mentais.
2. Padres e freiras têm tido visões de "Nossa Senhora"
durante períodos prolongados de jejuns.
3. Se praticado com freqüência, pode confundir a experiência
espiritual com fenômenos mentais.
4. Por outro lado, a prática do jejum puro e simples, pode substituir
a graça de Cristo pelo sacrifício físico, o que é uma heresia católica.
C. Conclusão geral:
O jejum é um assunto pessoal de cada crente. Não deve ser implantado
como prática nas igrejas. Se alguém quiser praticá-lo, que o faça sozinho, sem
querer impô-lo aos outros. E, ainda assim, que seja usado unicamente com a
finalidade de oração e enquanto estiver orando. Jejum sem oração, simplesmente
jejum, é carnalidade. É doutrina católica que exclui a graça de Cristo.
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