Conhecendo
o Evangelho de Marcos
o Evangelho de Marcos
Vamos analisar o mais simples dos
evangelhos, talvez o primeiro deles a ser escrito, mas possivelmente o que
mais tem ajudado tantos incrédulos a chegar a Jesus. É o mais conciso de
todos os evangelhos, tendo apenas 16 capítulos. É fácil de entender. Isso faz
dele o livro mais indicado para se começar a estudar o Novo Testamento.
Sobre a autoria desse
evangelho, Papias (115 d. C.) afirmou: “Marcos, tendo-se tornado intérprete
de Pedro, escreveu acuradamente tudo quanto lembrou”. Irineu (185 d. C.)
disse: “Agora, depois da morte de Pedro e Paulo, Marcos, o discípulo e
intérprete de Pedro, também transmitiu-nos em escrito, o que Pedro pregou.”
Marcos apresenta o Evangelho
de Jesus Cristo, no cap. 1: 15, como “o tempo está cumprido e o reino de Deus
está próximo”. Vejamos como esse evangelista procura mostrar a pessoa de
Jesus e sua mensagem.
I - CONHECENDO O AUTOR DO EVANGELHO
1
- Uma família temente a Deus -
Sabe-se pouco acerca do autor do Evangelho. Entretanto, algumas passagens nos
fornecem sugestões acerca de seus interesses e de sua personalidade. Costuma
ser identificado como João Marcos, membro de uma família cristã de Jerusalém,
ajudante e substituto de Paulo, Barnabé e Pedro, mencionado em At. 12: 12. Muitos
acham que o anônimo jovem de Mc. 14: 51 foi o próprio Marcos.
Provavelmente seu lar fosse
um centro de reuniões dos dirigentes cristãos em Jerusalém, pois foi a
primeira casa que Pedro procurou quando foi livre da prisão, At. 12: 12. Nela
também ficava o cenáculo, onde se celebrou a última ceia.
2
- Um jovem dedicado às missões -
Marcos foi levado às missões por Barnabé e acompanhou-os a Chipre, depois a
Perge, na Panfília, mas não prosseguiu até o final da primeira viagem
missionária, At. 13: 15; 15: 38. Amadureceu no decorrer dos anos, como vemos
no seu relacionamento com Barnabé e, depois, com Paulo.
3
- Discípulo de Pedro, amigo de Paulo - Depois do episódio de Atos 15, Marcos
desaparece da narrativa e só voltou a ser citado 10 anos mais tarde, em Cl.
4: 10, quando esteve com Paulo em sua prisão, em Roma. Tempos depois, Paulo
diz que ele lhe é útil no ministério, II Tm. 4: 11. Também trabalhou junto
com o apóstolo Pedro, I Pe. 5: 13.
II - CONHECENDO COMO MARCOS
APRESENTA JESUS
Marcos deve ter escrito
particularmente para encorajar os cristãos romanos perseguidos, pois
apresenta Cristo como um servo em ação, 10: 45, identificando-o com “o servo
do Senhor” de Is. 42: 1. Os verbos e as narrativas mostram sempre Jesus
agindo, fazendo milagres, curando, viajando, pregando, enfim, servindo.
a)
Um servo a serviço do Pai -
Para executar o plano divino, Jesus
submeteu-se, sem reservas, à vontade de Deus, Fp. 2: 6 e 7. No Getsêmani, Ele
demonstra esta verdade, ao dizer: “não seja o que eu quero, e sim o que tu queres”, 14: 36. Por causa dessa aceitação,
Jesus cumpriu plenamente seu ministério, sofrendo todas as afrontas, mas
chegou ao seu objetivo.
b)
Um servo a serviço dos necessitados - Jesus não veio para ser servido, mas sim para
servir e dar a sua vida em resgate por muitos, 10: 45. Através desse fato,
Ele se identifica com os homens. Ao ler os evangelhos, vamos presenciá-lo
sempre servindo: curando os enfermos, Lc. 5: 17, alimentando a multidão, Mt.
14: 19 e trazendo alegria, Mt. 8: 27 e Mc. 5: 42.
c)
Um servo a serviço dos pecadores -
A mensagem central de Marcos é a salvação através da morte expiatória de
Jesus Cristo. Ele é apresentado como o “Filho do homem que não veio para ser
servido, mas para servir e dar SUA VIDA em resgate por muitos”, 10: 45.
III - A ESTRUTURA DO EVANGELHO DE
MARCOS
Marcos esboçou seu Evangelho
em cinco partes:
Introdução. Nos 13 primeiros
versículos, há uma descrição da preparação de Jesus para o seu grande
trabalho. Apresenta Jesus como Filho de Deus, através do testemunho de João
Batista.
1
- Demonstração da autoridade de Jesus - 1: 14 ao cap. 5: 43. Nessa fase estão os
primeiros relatos sobre o poder de Jesus para curar e para perdoar pecados:
2: 1-12. Surgem os primeiros debates com os fariseus e Jesus contesta as
tradições vazias do judaísmo. Ele afirma que é senhor do sábado. Mostra sua
divindade porque tem autoridade sobre os demônios, 3: 11 e 5: 1-20, sobre a
natureza, 4: 35-41 e sobre a morte, como no caso da ressurreição da filha de
Jairo, 5: 21-24 e 35-43.
2
- Preparação incial dos discípulos -
Nos capítulos 6 a 8, Jesus se preocupa em ensinar os discípulos, enviando-os
a breves missões e concedendo-lhes poder, 6: 7. Cada falha ou conflito era
motivo para uma aula do Mestre:
incredulidade de seus conterrâneos, 6: 6; execução de João Batista, 6:
27-29; perigo da popularidade, 7: 1-23; a cura de um surdo e gago, 7: 31-34.
3
- Retirada para a região Norte -
Precisando de calma para aprofundar seus ensinos aos discípulos, Jesus
afastou-se completamente das multidões, indo para Cesaréia de Filipe, uma
região fria, onde fica o monte da Transfiguração, Lc. 9: 28.
4
- A caminhada da cruz -
A penúltima seção deste evangelho mostra Jesus voltando para Jerusalém, caps.
10 a 13. Aproximavam-se os dias da páscoa. No caminho, cura Bartimeu, 10:
46-52, e ensina que o Filho de Homem veio para dar a sua vida em resgate de
muitos, 10: 45.
5
- Últimos dias de Jesus -
Do cap. 14 em diante, descreve a paixão e a ressurreição. É uma fase triste,
quando Jesus é traído, preso e crucificado. Essa tragédia, entretanto, foi
parte inevitável do seu serviço aos homens para a própria redenção deles.
Vem, a seguir, a parte gloriosa. O túmulo vazio e o testemunho do anjo são
provas do grande acontecimento: Jesus ressuscitou!
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