OS MISERICORDIOSOS
Os Misericordiosos Obterão Misericórdia. Quando nosso coração se enche do amor de Deus, tornamo-nos “para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-[nos] uns aos outros”.
Contendas, discussões e rixas surgem a qualquer hora entre as pessoas em qualquer tipo de relacionamento.
Um assunto de crescente preocupação é a falta de misericórdia entre as pessoas — não só para uma mãe preocupada com os caminhos errados de um filho, mas para muitos até na Igreja que não suporta certas pessoas e, de fato, no mundo todo existem pessoas envolvidas em maus relacionamentos.
O que fazer quando os Relacionamentos não vão bem?
Relacionamentos estremecidos ou arruinados são uma coisa tão antiga quanto à própria humanidade. Caim, na Antiguidade, foi o primeiro a permitir que o câncer da amargura e da malícia tomasse seu coração. Ele plantou no solo da própria alma a inveja e o ódio e permitiu que esses sentimentos amadurecessem até que fez o impensável — assassinar seu próprio irmão sem temor a Deus
Desde aquela época, o espírito de inveja e ódio tem levado alguns a protagonizar as mais trágicas histórias bíblicas. Ele fez Saul voltar-se contra Davi, os filhos de Jacó contra seu irmão, José, Lamã e Lemuel contra Néfi, e Amaliquias contra Morôni.
Imagino que cada pessoa na Terra tenha sido afetada de alguma forma pelo destrutivo espírito de contenda, ressentimento e vingança. Talvez haja momentos em que reconheçamos esse espírito em nós mesmos.
Ao nos sentirmos magoados, nervosos ou invejosos, é muito fácil julgar os outros, em geral presumindo motivos torpes em suas ações para justificar nossos próprios ressentimentos.
Claro que sabemos que isso é errado, desejar o mal para os outros, ter rancor e ódio no coração, não conseguir perdoar quem nos ofende. Por isso que todos nós dependemos do Salvador; ninguém pode ser salvo sem Ele.
A Expiação de Cristo é infinita e eterna. O perdão de nossos pecados só vem condicionalmente. Devemos arrepender-nos e precisamos ter o desejo de perdoar os outros. Jesus ensinou: “[Perdoai-vos] uns aos outros; pois aquele que não perdoa (…) está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior” e “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”.
É claro que tais palavras soam totalmente adequadas — quando se aplicam aos outros. É claro e fácil perceber os resultados danosos que advêm quando os outros julgam e guardam rancor. E com certeza não gostamos nada de quando os outros nos julgam.
Mas no que diz respeito a nossos preconceitos e nossas queixas, frequentemente consideramos justa nossa raiva e o nosso julgamento como confiável e apropriado. Embora não possamos ver o coração do outro, presumimos que conhecemos motivações ruins ou até mesmo que sabemos que a pessoa é má.
Achamos que é exceção quando é a nossa própria amargura porque sentimos que, no nosso caso, temos toda a informação necessária que justifica desprezar alguém.
O Apóstolo Paulo, em sua carta aos romanos, disse que julgar os outros é “inescusável”. No momento em que julgamos os outros, explicou ele, condenamos a nós próprios, pois ninguém há sem pecado.
Recusar-se a perdoar é um pecado grave — pecado contra o qual o Salvador Jesus alertou. Os próprios discípulos “procuraram pretextos uns contra os outros e em seu coração não se perdoaram; e por esse mal foram afligidos e severamente repreendidos”.
Jesus falou com tanta clareza sobre isso que pouco espaço há para interpretações. “Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar”, mas Ele disse, “de vós é exigido que perdoeis a todos os homens”.
Quando o Senhor requer que perdoemos a todos os homens — isso inclui perdoar a nós mesmos. Às vezes, de todas as pessoas do mundo, a que temos maior dificuldade de perdoar — assim como a que talvez mais precise do perdão — é aquela que encaramos ao olhar no espelho.
Esse assunto de julgar os outros é tão antigo, herdamos da natureza pecaminosa de nossos pais.
No que se relaciona a ódio, maledicência, desprezo, infâmia, rancor ou o desejo de magoar, apliquem o seguinte: Parem já, sejam misericordiosos!
É muito simples. Simplesmente temos de parar de julgar os outros e devemos substituir os pensamentos e sentimentos dessa natureza por um coração cheio de amor a Deus e a Seus filhos. Deus é nosso Pai. Somos Seus filhos. Somos todos irmãos e irmãs.
Não tenho palavras exatas para expressar com suficiente eloquência, ardor e persuasão para que fique bem marcada essa questão de não julgar os outros.
Consigo citar as Escrituras que falam por si só, tentar expor a questão humana e vou até mesmo citar um adesivo que vi recentemente. Estava afixado no para-choque traseiro de um carro cujo motorista parecia ser um pouco ríspido, mas as palavras do adesivo ensinam uma lição profunda. Dizia: “Não me julgue só porque o meu pecado é diferente do seu”.
Devemos reconhecer que todos somos imperfeitos — que somos todos mendigos diante de Deus. Quem entre nós, em uma ocasião ou outra, ainda não se aproximou do trono da misericórdia e implorou pela graça? Não ansiamos com toda a força da alma pela misericórdia — pelo perdão dos erros e pecados que cometemos?
Por dependermos todos da misericórdia de Deus, como podemos negar aos outros, em qualquer medida, a graça de que desesperadamente também necessitamos? Reflitam: Não devemos perdoar da mesma forma que desejamos o perdão?
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (Hebreus 4:16)
A misericórdia nos ajuda em várias áreas de nossa vida, depende de nós como decidimos alcançá-la
O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras. (Salmos 145:9)
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário