BEM AVENTURADOS OS MANSOS
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra (Mateus 5:5)
Quando pensamos em compreender qualquer parte do Sermão do Monte é preciso levar em conta o contexto em que Mateus o insere.
Este evangelho de Mateus é intitulado de “Evangelho do Reino” pois a sua orientação vem deste tema. A porta de entrada do Sermão do monte é Mateus 4:17 que diz: “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”.
Jesus demonstra que já em sua pessoa ele começaria a manifestar o reinado de Deus.
A parte inicial do Sermão do Monte dá-se com a elencação das bem aventuranças, que são mais do que um simples código de ética, são características que fazem parte da vida do próprio Jesus.
A terceira bem aventurança descrita esta em Mateus 5:5 é: “Bem Aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”.
Esse texto de Mateus 5:5 é uma referência direta ao Salmo 37:11 onde o manso é visto em contraste com o com os malignos, com os ímpios, que pelo seu egoísmo oprimem seu próximo.
Os mansos, no dizer do salmista, “não se indignam por causa dos malfeitores, nem têm inveja dos que obram a iniquidade” (v.1), e ele ainda diz mais sobre as características do manso: Confiam no Senhor – (v.3). Deleitam-se no Senhor – (v.4). Entregam o seu caminho ao Senhor – (v.5). Descansam no Senhor – (v.7). Esperam no Senhor (v.7).Deixam a ira – (v..
Sendo assim, o que podemos aprender com esta bem aventurança:
Há um Modelo a Ser Seguido: É a pessoa e a vida de Cristo que faz das bem-aventuranças e de todo o sermão da montanha algo mais que uma esplêndida utopia ética; faz disso uma realização histórica, da qual cada um pode tirar força para a comunhão que lhe une à pessoa do Salvador.
Se as bem-aventuranças são o auto-retrato de Jesus, precisamos olhar para Ele e ver como Ele as viveu. Os evangelhos são, de ponta a ponta, a demonstração da mansidão de Cristo, em um duplo aspecto: de humildade e de paciência.
Ele mesmo se propõe como modelo de mansidão. Mateus 11:29 “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração;”.
Sua entrada em Jerusalém no lombo de um burro se vê como um exemplo de rei “manso” que foge de toda idéia de violência e de guerra (Mateus 21, 4).
A prova máxima da mansidão de Cristo é com certeza dada no momento da sua paixão. Na cruz Jesus não demonstrou nenhuma ira, nenhuma ameaça.
Pedro diz algo fantástico a respeito desse momento: “Insultado, não respondia com insultos; ao padecer, não ameaçava” (1 Pedro 2, 23).
Essa característica da mansidão encontrada na pessoa de Cristo ficou gravada de um modo tão profundo no coração e na alma dos seus discípulos, que o apóstolo Paulo, ao exortar os Coríntios sobre algo querido e sagrado, diz: “Vos suplico pela mansidão e pela benignidade de Cristo” (2 Corintios 10, 1).
Ao olhar para Jesus vemos a mansidão sendo vivida em todos os momentos da vida. É preciso perceber que não faltaram momentos para perder a mansidão na trajetória do mestre, todavia ele viveu integralmente aquilo que falou e acreditava.
O Foco da mansidão é o Próximo
Há quem julgue que ser Manso é o mesmo que ser fraco, não ter força, firmeza ou virilidade, ser covarde. Não é nada disso. Manso é aquele que pode combinar em sua personalidade, força e delicadeza, virilidade e suavidade, firmeza e ternura.
Em outras palavras, manso é alguém que conseguiu obter domínio próprio, por isso é capaz de empregar a força, mas também agir com cortesia, segundo a necessidade.
Mansidão é uma das qualidades do Fruto do Espírito!
Até agora as duas primeiras Bem aventuranças tinham como fofo o “eu”, ou seja, aplicavam-se diretamente a mim. Já nesta bem aventurança da mansidão, o foco está no próximo, afinal eu ajo com mansidão nas situações da vida, e em toda situação da vida há um próximo envolvido.
Demonstrar mansidão na nossa sociedade atual é uma grande abertura nos relacionamentos para que possamos chegar ao coração e a vida das pessoas com uma mensagem transformadora, onde dizemos que podemos ser mansos sem ser fracos.
O fato é que devemos mostrar que nossa mansidão vem pelo fato de sabermos que nossa vida está sob os cuidados de Deus.
Foi isso que Cristo fez a sua caminhada inteira. Conquistou corações em sua mansidão, cumpriu sua missão como cordeiro manso.
Existe Uma Recompensa: A promessa ligada à bem-aventurança dos mansos é que eles “...possuirão a terra” Esta recompensa se realiza em diversos níveis, até a terra definitiva que é a vida eterna, Mas certamente que um dos planos é o humano, Jesus está falando de algo que já posso colher aqui e agora.
Talvez uma das maiores recompensas seja a terra dos corações dos homens. Os mansos conquistam a confiança, atraem as almas.
O maior desafio de todos é manterem-se mansos quando esta mansidão parece somente prejudicar-me.
A sociedade diz que o manso é humilhado e pisoteado, dentro das empresas, nas competições de mercado de trabalho, etc.
E diante desse quadro surge a questão: O que me mantém manso?
A resposta não pode ser outra senão, confiar em Deus. Saber que se Jesus prometeu, vai se cumprir.
A Bíblia diz em Filipenses 2 que Jesus foi recompensado pelo Pai após a cruz. Então eu preciso saber que mesmo que minha mansidão me leve a um caminho de morte, Deus já tem preparado a recompensa para mim.
Serei feliz em ser manso porque tenho a certeza de que Deus me abençoará!
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