quarta-feira, 23 de setembro de 2020

ACORDOS, DESACORDOS E CONCORDÂNCIAS

ACORDOS, DESACORDOS E CONCORDÂNCIAS

“Como andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3)

“Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mateus 18.19,20)

“Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”. (1 Pedro 3.7)

Precisamos entender  melhor o princípio de concordância entre duas pessoas descrito na Bíblia

Um dos  textos bíblicos acima revela que depois de desonrar a mulher na condição de vaso mais frágil (com asperezas), o homem, mesmo que clame ao Senhor, terá sua oração impedida, pois um princípio foi violado.

Deus não age em um ambiente de desarmonia e discordância. Não adianta insistir em assuntos e situações onde o acordo mútuo não foi estabelecido

A unidade remove limites. Quando o casal se torna um e fala uma só língua (sem discordância) eles removem os limites diante de si, eles resolvem os problemas juntos e Deus ajuda!

Deus pode agir livremente num ambiente destes, mas basta perder a capacidade de falar a mesma língua que tudo se perde!

Não dá para concordar com casais que escondem coisas um do outro, seja no que diz respeito à sua vida passada (erros e pecados) ou presente (como nas questões financeiras, sociais e virtuais, por exemplo).

Deus está vendo e analisando tudo!

Acredito que a unidade verdadeira exige que haja remoção ou acerto de “pendências”  (Provérbios 28.13).

Ás vezes fingimos que está tudo bem um com o outro,  fingimos um comportamento só para agradar (ou não desagradar) ao outro, o que diverge do ensino bíblico.  Este teatro não produzirá unidade verdadeira. Temos que aprender a ser francos, como está escrito:

“Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto”. (Provérbios 27.5)

O PRINCÍPIO DO ACORDO

A Bíblia sempre vai nos ensinar o acordo é indispensável num bom relacionamento:

“Como andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3)

A ausência de acordo é uma porta aberta para o diabo. Quando Paulo escreveu aos efésios e falou sobre não dar lugar ao diabo, o fez dentro de um contexto, que é o de pecados que acontecem nos relacionamentos:

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo”. (Efésios 4.26,27)

Tiago escreveu sobre o mesmo princípio. Ele disse: “Pois onde há inveja e sentimento faccioso “ação violenta, posição e opinião contrárias, sentimento parcial”, aí há confusão e toda espécie de cousas ruins”.  (Tiago 3.16)

Já mencionamos anteriormente que o acordo é uma porta aberta para ação de Deus (Mateus 18.19). Mas quando chegamos ao ponto de dissipa-lo de nosso relacionamento, estamos comprometendo não só a qualidade da satisfação na esfera emocional, mas também a esfera espiritual de nosso lar.

Casamento não é fácil de administrar. Não é fácil ajustar-se satisfatoriamente na relação conjugal.

As diferenças são muitas; na formação de cada um, na personalidade, no perfil, no temperamento, e acrescente a isto as diferenças entre homem e mulher.

Contudo, quando aprendemos a ter como denominador comum o caráter e os ensinos de Cristo, então conseguimos o ajuste por meio de ceder, perdoar, recomeçar, etc.

Mesmo um casal que parecia perfeitamente ajustado em seu período de namoro e noivado descobrirá a necessidade de mais ajustes à medida que os anos de casamento vão passando.

Não é uma tarefa tão fácil, mas não é impossível! Se não estivesse ao nosso alcance, Deus estaria sendo injusto ao cobrar isto de nós… mas o fato é que não só é algo possível, como também é uma chave poderosa na vida cristã!

O CASAL DEVE DECIDIR JUNTO

Há uma ordem de governo e autoridade estabelecida por Deus no lar. O marido é chamado o cabeça (Ef 5.22-24), e entendemos que como tal tem direito à palavra final.

Porém, isto não quer dizer que o homem esteja sempre certo ou que não deva ouvir sua mulher. Encontramos no Velho Testamento uma ocasião em que o próprio Senhor diz a Abraão, seu servo:

“Ouve Sara, tua mulher, em tudo o que ela te disser” (Gn 21.12).

No Novo Testamento vemos Pôncio Pilatos desprezando o conselho de sua mulher e se dando mal com isto (Mt 27.19).

Os homens precisam se lembrar de que em matéria de responsabilidade do lar, terão que responder a Deus numa medida maior que as mulheres. Mas não é preciso que o homem carregue o peso desta responsabilidade sozinho.

É importante que o casal dialogue e tome decisões juntos. Desde que casamos, minha esposa e eu sabemos quem é o cabeça do lar, mas foram muitas raras as vezes em que tomei uma decisão por mim mesmo.

Sempre conversamos e discutimos sobre nossas decisões. As vezes já estamos de acordo no início da conversa, e às vezes precisamos de muita conversa para amadurecer bem o que estamos discutindo.

Mas sabemos a bênção de caminhar em acordo e cultivamos isto entre nós. Entendo que se a mulher é chamada de “auxiliadora” na Bíblia, é porque o homem precisa de sua ajuda. E a ajuda da mulher não está limitada à atividades domésticas.

A Bíblia fala com esta figura, que deve haver uma relação de companheirismo. Creio que como auxiliadora, a mulher deve ajudar a tomar decisões.

Este é um processo que exige ajuste. Na hora de discutir alguma decisão, ou mesmo a forma de ser e se comportar de cada cônjuge, vemos o quanto é difícil ouvir ao outro. Mas devemos atentar para o ensino bíblico sobre isto:

“Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Provérbios 18.13).

Tiago nos adverte o seguinte:

“Sabeis estas cousas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. (Tiago 1.19)

Para que haja acordo, precisamos aprender a ouvir.

 Preservar a unidade não significa nunca se desentender, mas saber dar a manutenção devida no relacionamento quando isto ocorrer.

O tempo não apaga as ofensas. Deve haver reconciliação. Jesus ensinou isto:

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”. (Mateus 5.23,24)

Alguns acham que depois de um desentendimento é só deixar “para lá”. Mas a Bíblia nos ensina o princípio de reconciliação de maneira bem formal.

Deve haver pedido de desculpas, de perdão. Deve se conversar sobre o que aconteceu (o quê machucou o íntimo de cada um e porquê machucou). E não podemos perder de vista que devemos lutar para viver sem brigas, e não só reconciliar quando elas ocorrem (Ef 4.31).

Acredito, ainda, que atenção especial deve ser dada à forma de falar. Talvez esta seja uma das áreas que mais sensíveis sejam nos desentendimentos que surgem no relacionamento, uma vez que a “comunicação” no lar não é só o que um fala, mas também a forma que o outro entende!

As conversas não devem ser exaltadas ou em tom de briga. E quando um dos cônjuges se perde numa explosão emocional, é importante notar que a Bíblia não nos ensina a “jogar o mesmo jogo”. O que lemos nas Escrituras é justamente o contrário:

 

“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. (Provérbios 15.1)

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”. (Colossenses 4.6)

Os maridos devem ter cuidado redobrado, pois por natureza são mais racionais do que emocionais e suas palavras tendem a ser mais duras e grosseiras. Por isso a Bíblia nos adverte:

“Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com aspereza”. (Colossenses 3.19)

“Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações”. (1 Pedro 3.7)

As intrigas no lar roubam o prazer de outras conquistas, como escreveu Salomão, pela inspiração do Espírito Santo:

“Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado e com ele o ódio”. (Provérbios 15.17)

“Melhor é um bocado seco, e tranqüilidade, do que a casa farta de carnes, e contenda”. (Provérbios 17.1)

“Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa”. (Provérbios 21.9)

Há casais que alcançaram tudo o que queriam financeiramente, mas não conseguem viver bem juntos. Eles, melhor do que ninguém, podem afirmar quão verdadeiras são estas declarações bíblicas.

Não adianta ter outras realizações e deixar o relacionamento conjugal se perder. Precisamos aprender a cultivar a unidade em nosso relacionamento. E isto acontece quando aprendemos a lidar de forma simples e prática nas questões do dia-a-dia.


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